História de um casamento
Servano José Botelho segundo filho entre os onze de Manoel José Botelho e Maria Teodora da Rocha teve um sonho de riqueza enquanto comprava gado em Montes Claros.
Saiu por lá até Contendas e com a desculpa de comprar 600 cabeças de gado de Heitor RUAS,fazendeiro dos mais rico da região, se hospedou em sua casa. Enquanto Heitor juntava o gado para vender a Servano ele tomou emprestado seu melhor burro e tomou o rumo da cidade. Observando o rapaz que se afastava Heitor disse a sua filha Catarina:
– Olha filha como ele sabe pegar na rédea.É um grande cavaleiro,um dos melhores que já vi.
– Pede ele em casamento para mim, pai.
– Minha filha, este moço é milionário muitas vezes.Não vai aceitar um casamento com você.
Servano comprou dezesseis mil reis de Mercúrio Ribeiro da Costa a dois mil reis o quilo,que deu para encher um saco. Segundo ele mercúrio para tratar as bicheiras dos seus rebanhos…
– Pai, pede ele em casamento para mim, insistiu Catarina.
Pedido feito.Pedido aceito. Casamento logo. Só se para o dia seguinte, propôs Servano.
Dote de Catarina:
- Vinte contos de réis em ouro
- Vinte contos de réis em prata
- Três contos de réis em dinheiro
- Cinco lotes de dez burros
- Cinco escravos
- Cinco escravas.
Rumo ao Arraial da Pedra de Nossa Senhora da Conceição da Boca da Caatinga, com os escravos e burros carregados de fumo lá vai Servano. No caminho comprou as matas da região de Medina até o Arraial da Boca da Caatinga, futura Fortaleza.
Fixou residência na região de Pingueiras, Vila de Cateriocongo, onde construiu um barracão com paredes de barro, coberto de cavacos. Foi buscar a mulher. Quando chegaram ao alto da serra Servano mostrou a vastidão das terras e disse a Catarina:
Tudo que voce avistar aí é nosso. Você vai morrer sem conhecer toda nossa fortuna.
Servano José Botelho e Catarina Ruas tiveram dois filhos:
Severiano José Ruas se casou com Clemência dos Santos Pereira e geraram Elpídio, Esperidião, Adelina, Raul e Vitória.
Justino José Ruas se casou com Emília dos Santos Pereira e geraram Emilia e Iveta.
Ficando viúvo se casou com Maria Amélia dos Santos Pereira gerando Laudelina Pereira Ruas e Amélia Pereira Ruas.
*Este texto se baseou en casos coletados por Nuno Fernandes Ruas, Jomar Figueiredo Ruas, Manoel Assis de Lucena e Cléa de Andrade Chiari – Todos Ruas. Cléa escreveu a historia em Novembro de 2010 por ocasião das comemorações de 20 anos do Encontro Ruas.